projetos: construção da poética
CONTOS QUE AS FADAS NÃO CONTAM
Apenas uma figura humana masculina, num fundo elaboradamente tratado por meio de pinceladas, texturas e pigmentos.
Transita pela história: apropria-se da maneira rudimentar para retratar - como faziam os habitantes de Lascaux. Influenciada pela monumental beleza de Davi de Michelangelo, chega à contemporaneidade imprimindo a imagem quase como um graffiti e sugere “sonoridade” à pintura: na virtuosidade do guitarrista Steve Vai, In My Dreams With You de 1993 busca construir e reverberar sua poética, transformando música em imagem.
O trabalho cria uma sobreposição de sentidos: a aparição ilusória, fantasias reais, a presença iminente, a ausência presente, desejo latente; todos os sonhos despertados. Através da construção do símbolo, finalmente a liberação da energia transordante: libido. Essa energia vital ou força universal presente e difundida por toda parte, porém invisível.
Características da Obra:
Título: In My Dreams With You
Técnica: pintura gestual, acrílica sobre tela e veladura
Dimensão: 70 x 80 cm
Ano: 2014
GERMINAÇÕES: expansões poéticas
"Eu acredito na força da germinação.
Assim como Picasso, acredito que seja possível cultivar flores em meio a escombros. Numa incrível força que brota da fragilidade: como em Guernica 'sinais de redenção agora diminutos, embora eficazes: uma única margarida.'”
O projeto nasce como ação poética para abertura do Seminário “A Juventude e a Questão Social: como superar a violação de direitos?" ocorrido em 23 e 24 de setembro de 2013, no Memorial da América Latina, São Paulo-SP.
Pretendeu ser um disparador para fomentar relações dialógicas sobre o tema do Seminário, que promoveu a discussão e reflexão, interna e externa, acerca da Violência Juvenil que impacta o Sistema de Justiça em detrimento de políticas públicas de direito, protetivas e preventivas e apresentou o Georreferenciamento das Medidas Socioeducativas de Internação e Semiliberdade no Estado de São Paulo, bem como dos Adolescentes Pós Medida Socioeducativa.
Convidou à conscientização cada participante, quanto seu papel como agente propositor e transformador de realidades; provocou debates sobre novos trajetos para aplicabilidade da cidadania como eixo vertebrador para construção de nova realidade.
A partir dessa vivência germina o desejo de expandir as reflexões acerca de liberdade, cárcere, sonhos, privação, muros, grades, fronteiras que já não fazem mais sentido. Cárceres internos e individuais que precisam ser demolidos. Novas [re] construções.
"Disseram-me que eu não deveria sonhar. Então, criei Épiphanie: independente como uma francesa, voluptuosa como uma italiana e dedicada como uma gueixa."
Cosmopolita: agrega e cruza culturas de diferentes povos. Gosta de pensar, de fazer pensar. Fazer da arte a sua função mais política, onirica e poética: a ferramenta básica para a contrução de uma identidade, de um testemunho essencial à construção da História.
Nesse universo permeado pela cultura francesa - a utopia liberté, égalité, fraternité ainda é significante. É por esse prisma que transita pelo mundo: observa, absorve e devolve sob forma de seus objetos dialógicos: objetos repletos de subtâncias, ideias, deflagações. Alguns:
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Beleza Perturadora/Sensualidade Subversiva
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Ausência Presente
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Presença Ausente
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Eu Permito Que Você Voe... mas não vá muito longe
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Ternura
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Diálogos [Po] Éticos
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Isso é uma natureza morta? Não, é uma natureza - muito - viva!
Os próximos trabalhos terão como referência dois temas - já - impressos em sua memória: o céu e a arquitetura contemporânea parisiense.